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Alvaro Dias enaltece a operação Lava Jato

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Alvaro Fernandes Dias é considerado um dos políticos mais experientes do país. Foi o organizador de uma das primeiras manifestações populares pela campanha Diretas Já ocorrida em 12 de janeiro de 1984 em Curitiba. É o autor da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 10/2013) que pede o fim do foro privilegiado, amplamente apoiado pela sociedade civil, defendido também por juízes e promotores. Nasceu em Quatá, no interior de São Paulo, mas foi criado em Maringá. Entretanto, foi em Londrina, onde formou-se em História pela Universidade Estadual de Londrina, que iniciou sua carreira política elegendo-se vereador em 1968 pelo MDB. Concorreu a governador em 1986, sendo eleito com 2.347.795 votos (72%). Durante seu mandato, cerca de 33 mil obras foram concluídas. Em 1989, disputou a indicação de candidato do PMDB à presidência da República, com Ulysses Guimarães, Waldir Pires e Íris Rezende. Deixou o PMDB, para se dedicar ao PST. O partido elegeu 80 prefeitos no Paraná. Nas eleições de 2014, Alvaro Dias foi reeleito para o quarto mandado como senador da República com 4.101.848 votos correspondendo a 77% dos votos válidos. No segundo semestre de 2015, Alvaro Dias saiu do PSDB, partido onde já estava havia mais de 10 anos, para entrar no PV, assim almejando concorrer para presidente nas eleições de 2018. Em julho de 2017, anunciou sua saída do Partido Verde filiando-se ao Podemos, antigo Partido Trabalhista Nacional (PTN).

Senador, como o senhor enxerga o atual momento político do país?

O Brasil vive hoje as consequências de anos de assalto aos cofres públicos e de incompetência administrativa. É um momento triste, com denúncias de corrupção dominando o noticiário, enquanto milhares de pessoas engrossam a fila dos desempregados. Mas temos que ser otimistas e acreditar que a crise em que estamos mergulhados é uma fase de travessia. Precisamos extirpar a roubalheira e a corrupção da vida pública para, só então, com uma nova eleição, tentarmos recuperar a credibilidade perdida.

Por que o senhor acredita que chegamos ao atual nível de descrédito na política?

A Operação Lava Jato mostrou ao mundo o que há de pior na vida pública. A ganância desenfreada dos governantes e políticos que, em nome dos projetos de poder e de enriquecimento ilícito, corromperam e se deixaram corromper por empresas. Esse lamaçal público-privado de corrupção aconteceu à revelia dos brasileiros que foram às urnas e esperavam dos seus representantes uma postura muito diferente. Essa é, com toda a razão, a principal causa do desencanto com a política.

O que o Podemos terá de diferente dos partidos que estão quase todos iguais?

O Podemos é um partido político totalmente independente das atuais ideologias, é um movimento que não expressa qualquer vínculo com direita ou esquerda. Nosso objetivo é ser, cada vez mais, um partido transparente e que terá uma interação permanente, por meio da democracia direta, com a população sendo ouvida constantemente sobre os mais variados temas. O que estamos tentando criar é uma alternativa em defesa de causas, que use especialmente os avanços das mídias eletrônicas para se comunicar permanentemente com os cidadãos.

É verdade que o senhor pretende levar dissidentes do PSB para o Podemos?

O nosso partido – o Podemos – surgiu com o propósito de oferecer uma alternativa ao país. Portanto, fazer a nossa mensagem ser ouvida é o grande desafio. O Podemos foi criado para ser um partido-movimento, para ouvir e reproduzir os anseios dos brasileiros, e quem quiser se somar ao nosso projeto, é bem-vindo, seja do PSB ou de outros partidos. Desde que esteja comprometido com os nossos princípios e bandeiras, as portas estão abertas. Nossa causa é suprapartidária.

No que os partidos políticos falham quando tentam falar para a população?

Falham, principalmente, na discrepância entre discurso e prática. Prometem mudanças e iniciativas de combate à corrupção, mas, na sequência, se rendem às benesses do poder.

O seu nome aparece como forte candidato para concorrer à presidência da República no ano que vem. O senhor será candidato de fato?

Recebi o lançamento da minha pré-candidatura pelo Podemos como uma convocação, e sinto-me honrado com isso. O partido fez o lançamento do projeto partidário e, ao mesmo tempo, anunciou o seu propósito de oferecer uma alternativa ao país, colocando o meu nome para a disputa presidencial de 2018. Estou me preparando para isso e consultando as pessoas, ouvindo lideranças da sociedade. É uma questão de responsabilidade oferecer opções à população.

Estamos perto de ter na principal cadeira da República, alguém que não seja do PT ou do PSDB e que também não seja ancorado no PMDB?

Há muito tempo venho pregando, em minha atuação como senador, o fim do espúrio balcão de negócios que move a política nacional. Acredito que essa seja a raiz de todos os males. Se deixarmos de rimar governabilidade com promiscuidade, conseguiremos um bom rumo para o país. E muitos partidos usaram e abusaram dessa política do toma lá dá cá, do loteamento de cargos, da criação de infindáveis cargos para serem distribuídos a aliados. A população está cansada desse tipo de política, e vê os maiores partidos em frangalhos, envolvidos em denúncias por causa de alianças e práticas não republicanas. Temos sim a chance de ter um presidente de fora desses três partidos, até porque a população já sofreu bastante e, por isso, saberá filtrar as escolhas na próxima eleição.

Como analisa o Governo Temer?

Temer assumiu o comando do país, mas, na verdade, sempre esteve neste Governo que por anos assaltou os cofres públicos do Brasil. E Temer entrou prometendo que rapidamente traria a solução para os problemas econômicos brasileiros, mas depois de mais de um ano à frente do Governo, além do envolvimento nas denúncias de corrupção, o presidente e sua equipe ainda não conseguiram trazer de volta o crescimento e a retomada dos empregos, até porque o rombo foi muito grande. Por enquanto, as medidas adotadas pelo Governo não levaram à melhoria do dramático quadro fiscal do país, pelo contrário, até aprofundaram o rombo causado pela incompetência, pela inépcia administrativa e pela corrupção desenfreada. Por isso acredito que só um novo presidente, legitimado pelo voto, pode dar um novo rumo ao país. Afinal, não foram os brasileiros que fracassaram. Quem fracassou foi o Governo.

Por que acredita que seria inviável o Parlamentarismo na atual conjuntura?

A discussão sobre uma eventual mudança para o Parlamentarismo não pode ocorrer neste momento, sem que haja mudanças mais profundas no sistema político do país. O Parlamentarismo exige partidos organizados, estruturados em torno de ideias, e que não sejam meras siglas para registro de candidaturas. Como funcionaria um sistema parlamentarista com esse Congresso atual? Em razão das circunstâncias que estamos vivendo, de crise política permanente, este sistema não tem chances de prosperar.

Em todo seu tempo na vida pública, considera este momento político atual, como a principal prova de fogo da democracia brasileira?

Com certeza vivemos um momento muito delicado, e as atuais pesquisas mostram o quanto não somente a classe política, mas inclusive membros do Judiciário e do Executivo também estão sendo mal avaliados pela população. Os atuais partidos políticos estão envolvidos em muitas denúncias de corrupção, e certamente serão rejeitados nas próximas eleições. Acredito que a próxima eleição presidencial será definitiva para comprovar os resultados da Operação Lava Jato e para sabermos se a nossa democracia seguirá por um caminho de mudança ou se irá afundar ainda mais neste atoleiro no qual a colocaram. Os brasileiros estarão de olho nos candidatos que, comprovadamente, não tiveram relação com os grandes escândalos de corrupção denunciados nos últimos anos, e essa é a chance que temos de mudar o destino do nosso país.

Como acredita que o Brasil sairá depois de todo esse redemoinho, que tem na Lava Jato, uma das principais tábuas de salvação?

A Operação Lava Jato mudou o cenário da política brasileira. Vivemos as consequências dessa operação que retirou do tapete toda a sujeira acumulada nos últimos anos. Isso está exigindo nova postura, novo comportamento, mudança da cultura política. O fato de grandes autoridades, incluindo o presidente e ex-presidentes da República, estarem sendo denunciadas, mostra uma mudança de rumo na justiça brasileira. Os procuradores da República, delegados da Polícia Federal e membros da Justiça Federal como o juiz Sergio Moro estão, com sua atuação, reabilitando as esperanças do povo brasileiro no futuro deste país. Por isso, merecem aplausos e também a valorização por parte da sociedade brasileira. Precisamos defender e valorizar a Operação Lava Jato, para que os investigadores possam prosseguir superando todos os obstáculos interpostos à frente de quem quer promover a limpeza, que é uma exigência da população brasileira. Por isso venho dizendo que 2017 é o ano da limpeza. A sociedade espera que a Lava Jato cumpra a sua missão, para depois, em 2018, termos o ano da mudança. Acredito que a Lava Jato reabilitará as esperanças dos brasileiros de que teremos um país mais justo e com menos impunidade.

Última atualização da matéria foi há 10 meses


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