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Hiran Castello Branco e os limites da propaganda

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Hiran Castello Branco é administrador de empresas formado pela Fundação Getúlio Vargas e Pós-Graduado na ESPM. Foi sócio da CBBA, uma das agências de publicidade mais famosas no Brasil e membro do grupo JWT – comitê de gestão no Brasil, antes de ser adquirida pela WPP. Em 2010 tornou-se vice-presidente da ESPM, a melhor escola de Marketing e Comunicações do Brasil, depois de ser por mais de trinta anos membro do Conselho. Hiran dedicou-se desde a sua juventude à vida da comunidade tendo presidido a APP – Associação de Profissionais de Propaganda, o SINAPRO, Sindicato das Agências do Estado de São Paulo, e serviu como Conselheiro no Conar – Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária, onde presidiu a primeira câmara. Integra o Colégio do Cenp – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Faz parte do Conselho Executivo do CNP – Conselho Nacional de Publicidade e da ALAP – Associação Latino-Americana de Publicidade. Foi agraciado com o prêmio “Homem de Publicidade do Ano”. Também foi premiado com um Prêmio Caboré na categoria “Planejamento”, com o SocialTop de Marketing para o trabalho realizado em conjunto com a UNICEF para a Defesa da Criança e condecorado com a Medalha da Paz das Forças da ONU e da Força Aérea Brasileira pelo seu desempenho em causas sociais e comunitárias. É sócio da Imeco.

Hiran, a publicidade está caminhando para qual direção neste momento?

Há transformações estruturais em curso e questões conjunturais. As questões conjunturais provocaram uma queda nos investimentos, sobretudo na mídia tradicional, off-line. E as questões estruturais aceleram uma migração de investimentos para plataformas online. Este segundo movimento advém da incorporação de novas tecnologias que nos fazem viver o tempo todo conectados e ter um smartphone consultado cerca de 150 vezes ao dia.

Quais serão as grandes transformações que esse mercado terá nos próximos anos em sua visão?

Penso que elas já ocorreram e estão agora tomando forma a olhos vistos. Comunicação, entretenimento e informação estão cada vez mais imbricadas. As múltiplas possibilidades de contato das marcas com os seus stakeholders já estão disponíveis e algumas empresas estão fazendo muito bom uso delas enquanto a maioria ainda tenta entender o processo. Há uma questão central que perpassa tudo que é a necessidade de total transparência para ter a confiança do consumidor/cidadão. Isto nada tem a ver com tecnologia e sim com valores, ética e cultura empresarial. A tecnologia e as redes sociais colocam todos expostos cem por cento do tempo e catalisam as reações para o bem e para o mal. Tudo é amplificado em segundos.

Quais as características primordiais de um líder empresarial que atua no mercado da comunicação?

Estar antenado e procurar aprender todos os dias, sobretudo com os mais jovens. Desaprender para reaprender é o nome do jogo.

Seu pai foi escritor e publicitário. O que herdou dele e que aplicou em seu trabalho?

Persistência, acreditar no ser humano e respeitar para ser respeitado.

O que distingue um criativo excepcional de outros que não atingiram a plenitude da criatividade?

Todo ser humano é criativo. Difícil dizer o que seria a plenitude. Quem a atingiu? Einstein?, Newton?, Shakespeare?, Steve Jobs? Acho que nem eles. Mas arrisco dizer que a curiosidade é um fator chave, combinado com a busca incessante da excelência no que se propõe a fazer e a paixão pelo que faz.

Alcançar essa plenitude criativa, advém de esforço, inspiração ou estudo?

Um pouco de cada por certo.

Você já foi presidente da APP (Associação de Profissionais da Propaganda). Como vê a força de organizações como esta no ambiente macro do nosso país?

Sou um entusiasta do trabalho associativo. Agrega, ensina, faz crescer. Para que todos os barcos possam navegar você precisa colaborar para que tenha água no lago. Não pode pensar só na sua piscina.

Outro detalhe de sua carreira, foi a sua premiação com o SocialTop de Marketing para o trabalho realizado em conjunto com a Unicef para a Defesa da Criança. Como a publicidade tem tratado as crianças do nosso país?

Este foi um trabalho que fiz com grande orgulho, usando os recursos de nossa empresa, mas auxiliado por todo o mercado publicitário. Está no site do IBGE que o soro caseiro ajudou a diminuir a mortalidade infantil e está na Constituição brasileira o Estatuto da Criança e do Adolescente. A indústria da comunicação trabalhou por estas duas causas unida.

Gostaria que falasse um pouco sobre a AmazonasCap.

É uma aceleradora de startups que se propõe a promover a inovação do empreendedorismo, apostando no talento de jovens persistentes e que queiram ganhar dinheiro transformando o mundo para melhor. Queremos participar de projetos lucrativos, mas que tenham valores sólidos. Queremos crescer com estas companhias como empresários e não como especuladores financeiros. Por este motivo construímos uma parceria com o Grupo Laureate na Universidade Anhembi Morumbi para que juntos encontremos estes talentos empreendedores que façam startups que resolvam problemas reais nos diversos campos. Indústria 4.0, saúde, alimentação, agricultura, fintechs [termo utilizado para as inovações e o uso de novas tecnologias por empresas do setor financeiro para a entrega de serviços financeiros] etc.

Como está sendo atuar na área de Comunicação, Marketing e Gestão da empresa?

É uma experiência renovadora ao lado de meus sócios Bernardo Castello Branco e Borja Macias. Todos os dias têm novidades e desafios.

Uma das bandeiras da AmazonasCap é acreditar no capitalismo consciente. Quais seriam os pilares desse capitalismo consciente?

Recomendo o livro do John Mackey, fundador da Whole Foods. Este é o verdadeiro espírito heroico do capitalismo. Baseado em mérito e no fair trade [parceria comercial, baseada em diálogo, transparência e respeito, que busca maior equidade no comércio internacional, contribuindo para o desenvolvimento sustentável]. As empresas devem ter um sentido de propósito e buscarem seus resultados servindo a este propósito. Tem que atuar com consciência planetária e compromisso com a sociedade. O lucro é uma decorrência do trabalho e não um fim em si mesmo como na estória do tio Patinhas.

Última atualização da matéria foi há 2 anos


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