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A visão da arquitetura do mestre Arthur Casas

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Arthur Casas é formado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Mackenzie de São Paulo. Se interessou desde cedo pela arte concreta e pela arquitetura de linhas retas que nasciam ao seu redor. Criou um repertório de influências absolutamente cosmopolitas desde suas primeiras obras nos anos 80. Ficou famoso pela coerência de seus espaços, e pela mescla entre elegância e inteligência. Com sua arquitetura e seu design, Casas difundiu um Brasil urbano, moderno e sobretudo, internacional. Arthur Casas busca nos conceitos do modernismo a permanência dos clássicos, que foge do estilo da moda para permanecer contemporâneo, que parte do racionalismo para chegar à poesia. Conquistou o Prêmio Museu da Casa Brasileira 2007 e no ano seguinte, recebeu o selo internacional Red Dot. “Gosto muito da produção latino-americana sobretudo a brasileira e a chilena. Admiro a arquitetura portuguesa e japonesa e alguns arquitetos suíços como Peter Zumthor [arquiteto suíço, agraciado com o Prêmio Pritzker de 2009. Filho de um marceneiro, Zumthor aprendeu carpintaria em idade precoce. Estudou no Pratt Institute em Nova Iorque na década de 1960, 1943 – ] e Herzog & de Meuren [escritório suíço de arquitetura, fundado e mantido em Basileia, Suíça, desde 1978. Seus sócios-fundadores são Jacques Herzog e Pierre de Meuron, ganhadores do prêmio Pritzker de 2001]”, afirma o renomado arquiteto.

Arthur, você se encontra no seleto grupo dos maiores arquitetos da atualidade no Brasil, já que num top 5, o seu nome sempre entra fácil. Como é movida a cabeça de um homem que chegou a este patamar de excelência?

Quero me renovar sempre, buscar novos caminhos e desafios. Não acredito que sucesso seja qualidade intrínseca e sim algo que plantamos todo dia com muito trabalho e com metas traçadas.

Como analisa a arquitetura contemporânea neste momento?

Não tenho interesse pela arquitetura que tem como coautores programas de computação gráfica. Gosto muito da produção latino-americana sobretudo a brasileira e a chilena. Admiro a arquitetura portuguesa e japonesa e alguns arquitetos suíços como Peter Zumthor [arquiteto suíço, agraciado com o Prêmio Pritzker de 2009. Filho de um marceneiro, Zumthor aprendeu carpintaria em idade precoce. Estudou no Pratt Institute em Nova Iorque na década de 1960, 1943 – ] e Herzog & de Meuren [escritório suíço de arquitetura, fundado e mantido em Basileia, Suíça, desde 1978. Seus sócios-fundadores são Jacques Herzog e Pierre de Meuron, ganhadores do prêmio Pritzker de 2001].

Em que momento o arquiteto consegue impor o seu traço único e que se tornará imortal?

Boa pergunta. Estou trabalhando duro para um dia atingir esse “nirvana” profissional [Risos]. Mas falando sério, arquitetura precisa de maturidade. Talvez aí esteja a razão do arquiteto ser via de regra tão longevo.

Goethe dizia que a arquitetura é a música petrificada. Qual é a sua definição de arquitetura?

A arquitetura cria referências para as gerações futuras. É o registro da nossa história.

Marko Brajovic (que o senhor conhece bem), nos disse em uma entrevista, que o elemento que nunca pode faltar numa cenografia é a poesia. Em alguns dos seus projetos arquitetônicos, o senhor encontrou alguma poesia ou algo bem próximo disso?

Não gosto de poesia, mas adoro música. Sou uma pessoa essencialmente musical, apesar de não tocar instrumento algum. Não consigo criar nada sem o meu iPod. Mas projetar é uma equação com algumas variáveis. O traço inicial determina o projeto e sua qualidade. Depois há uma adequação entre programa, legislação, topografia, microclima, e temos que ser racionais.

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O senhor acredita que teremos ainda uma arquitetura social do modo que se enxerga na Europa e nos EUA?

Acho que não. Perdemos a oportunidade. Fosse há 7 anos talvez minha resposta fosse outra. Se a próxima geração tivesse acesso a uma educação eficiente e digna, em 20 anos o cenário poderia ser outro inclusive com relação às moradias populares com qualidade.

Sendo um perfeccionista, sofre quando vê algo na arquitetura pública do nosso país?

Nosso país carece de arquitetura pública e quando há, salvo honrosas exceções, é de baixa qualidade de execução, isso quando os próprios cidadãos não se encarregam de destruir os equipamentos. É muito triste e não consigo ser impermeável a essa questão. Então, sofro.

Quais as maiores angústias de ser um perfeccionista em seu trabalho?

A arquitetura é um trabalho que envolve muitas mãos. Engana-se quem confunde arquiteto com artista. Dependemos do (bom ou mau) cliente e do (bom ou mau) construtor. Eles podem tanto trabalhar em conjunto conosco quanto destruir o nosso trabalho para atingir o budget ou o prazo de obra estipulado, por exemplo.

Outros arquitetos absorvem experiências de outras áreas e colocam às vezes em seu ofício. Outras áreas também têm alguma influência naquilo que cria?

Sim, sobretudo o design, apesar de ser difícil dissociar a arquitetura do design. Acredito no “Gesamtkunstwerk”, conceito alemão que relaciona todas as formas de expressão; moda, arte, música, arquitetura, etc.

No momento, quantos projetos estão em andamento no Brasil e no exterior?

Não tenho ideia e não estou mentindo. 40? 50? Tem projetos que demoram muito a acontecer, outros demoram muito a serem aprovados pelos órgãos públicos, outros dependem da boa vontade política, alguns demoram a ser executados, já outros têm sua história temporária ou permanentemente interrompida por conta das crises, então pra mim, é difícil contabilizar.

A arquitetura é o espelho de uma civilização e de uma época, assim como o mobiliário. Este espelho está reluzente atualmente?

Sim, sempre esteve e estará, por mais que tenhamos críticas a determinado período. Quanto ao Brasil, acredito que a arquitetura e o design de mobiliário esteja atravessando um excelente momento.

Última atualização da matéria foi há 2 anos


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